Aluno |
MARIANA ELIS CAMPOS GOMES |
Orientador |
Marjorie Correa Marona |
Título da dissertação |
(IN)JUSTIÇA DE GÊNERO?: o patriarcalismo jurídico na justiça subnacional brasileira |
Área de concentração |
Ciência Política |
Linha de Pesquisa |
Teorias da Justiça, Feminismo e Pensamento Político Brasileiro |
Data da defesa |
07/03/2025 |
Banca Examinadora (titulares) |
Profa. Drª. Marjorie Correa Marona - Orientadora (DCP/UFMG) Profa. Drª. Marlise Miriam de Matos Almeida (DCP/UFMG) Prof. Dr. Luciano Da Ros (UFSC) |
Resumo |
O sistema de justiça, enquanto estrutura social, é impactado pelo patriarcado, reproduzindo estereótipos e discursos sexistas. Em vez de acompanhar avanços legislativos, o Judiciário mantém práticas opressivas e reforça a dominação masculina. Esta dissertação analisa como o patriarcalismo jurídico se manifesta em decisões sobre feminicídio nos tribunais de justiça subnacional, limitando o acesso das mulheres à justiça. A pesquisa integra judicial politics, gênero e criminologia crítica, adotando um estudo comparado entre os Tribunais de Justiça de Minas Gerais, Mato Grosso e Rondônia. A seleção considerou o porte dos tribunais (CNJ), índices de violência e diferenças institucionais. A amostra inclui 188 acórdãos RESEs e Apelações Criminais proferidos entre 2020 e 2023. A análise baseia-se em um questionário com 33 questões organizadas em três eixos: (i) fundamentação jurídica, (ii) estereótipos de gênero e (iii) impacto no acesso à justiça. Os resultados indicam que as decisões analisadas são permeadas por elementos patriarcais, independentemente das diferenças institucionais. Embora alguns acórdãos reconheçam a violência de gênero, isso não reflete uma preocupação estrutural dos tribunais. Prevalecem fundamentações misóginas, argumentos que descredibilizam a vítima e minimizam a violência, além da invisibilização do feminicídio. Essas práticas incluem quesitos genéricos nos tribunais do júri, subutilização do termo feminicídio e decote inadequado da qualificadora. Assim, o patriarcalismo jurídico não apenas molda a argumentação jurídica, mas também opera como barreira estrutural ao acesso das mulheres à justiça. Mesmo com avanços legislativos, o Judiciário segue permeado por argumentações sexistas. O patriarcalismo judicial não se restringe a casos isolados, mas constitui um padrão institucionalizado que reforça estereótipos e perpetua violências institucionais contra mulheres que recorrem aos tribunais após já terem sido vítimas de violência. |
Palavras-chave |
Acesso à justiça, Feminicídio, Justiça subnacional, Patriarcalismo jurídico |
Dissertação no formato PDF |
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Ata no formato PDF |