Resumo |
A tese tem por objetivo geral investigar e refletir sobre as experiências de mandato coletivo no Brasil, em especial os mandatos da Gabinetona, da Mandata Ativista e das Juntas (2016-2020). Por se tratar de fenômenos recentes na política brasileira, ainda pouco estudados, realizamos uma aplicação do método da teoria fundamentada nos dados, recorrendo a estratégias de pesquisa exploratória e em profundidade. A principal fonte de dados utilizada foram as entrevistas semiestruturadas conduzidas com coparlamentares e outras/os integrantes dos mandatos estudados. A pesquisa também contou com o levantamento de dados sobre a atuação parlamentar dos grupos; e com anotações de campo. A partir dos debates teóricos sobre insatisfação, déficit e inovações democráticas, retomamos as discussões sobre representação política, chegando aos conceitos de representação delegada e interseccionalidade. Assim, trabalhamos a nossa hipótese que guia a seleção dos casos e baliza a análise das categorias organizadas nos capítulos seguintes: os mandatos coletivos são uma nova modalidade de representação política interseccional. Compreendemos, por fim, que os mandatos coletivos representam a criação de um novo modelo de representação política interseccional, uma vez que as experiências promovem a maior presença de grupos marginalizados na política; e investem nas confluências máximas entre as lutas sociais, hackeando a política institucional, democratizando os espaços políticos e fortalecendo construções das amplas maiorias sociais diversas, por meio de ações interseccionais, integradas e transversais. |
Palavras-chave |
Bancada Ativista, Candidatura coletiva, Candidatura compartilhada, Gabinetona, Interseccionalidade, Juntas, Mandata Ativista, Mandato aberto, Mandato coletivo, Mandato compartilhado, Mandatos coletivos no Brasil, Muitas, Representação Política |